O embrulho de uma gala brilhante

Esta semana foi trabalhosa, com um programa em vésperas de carnaval e outra no dia de aniversário da RTP. Pensar nos convidados adequados, falar com eles, saber curiosidades, pensar como é que a emissão, durante a parte da manhã, podia ter o maior interesse possível para Portugal e para o mundo é qualquer coisa... Porque isto de escolher pessoas e conteúdos e histórias é de uma responsabilidade e pêras... 

A única coisa que me custou neste dia de foi o "embrulho". Passo a explicar. Há mais de uma semana que tinha tido conhecimento do alinhamento de luxo que a gala tinha à noite . Sabia que iam cantar a Gisela João, o Paulo de Carvalho, os Amor Electro, Camané, Rui Pragal da Cunha, José Cid, etc... Sabia que ia haver sketches de humor com o Nelo e a  Dália e depois os prémios Lumen que iam premiar a fiçao da estação. Eu sabia isto mas o espectador não!!! E essa foi a grande falha porque é para ele que, afinal de contas, trabalhamos! A promoção feita à Gala cingia se com o simples anúncio "Prêmios Lumen dia 7 de Março"! Andava meio mundo a perguntar de que se tratava, uma vez que era a primeira vez que eram entregues. A promoção que passava nunca o foi na realidade. Se aquela gala fosse Num dos canais da concorrência certamente que há um mês que estaríamos a ouvir "não perca a grande gala de dia... com... e apareceriam os nomes dos músicos dos atores, e todos iam querer ver! O embrulho é um problema da RTP, que tem programas de excelente qualidade mas depois não os "vende" apelativamene ao publico. Neste caso, é ao contrário - não basta sê-lo, há que parecê-lo". Estive na gala e senti um enorme orgulho da casa onde trabalho. Acordo todos os dias a sentir me uma privilegiada por fazer aquilo que gosto onde gosto mas muitas vezes com o sentimento inconformista de que por vezes bastava muito pouco para se fazer muito melhor porque o essencial - a qualidade - está lá!