sexta-feira, 26 de abril de 2013

O papel do pai

Apesar de ser cada vez mais uma raridade (felizmente) a verdade é que não imagino como será a vida de uma mãe que não tenha o auxilio do companheiro para tratar do filho! Pensar que um filho é tarefa exclusiva da mãe não pode ser mais errado. Sim, bem sei que há mães que acham que só elas é que sabem cuidar bem e nem se atrevem a dividir os cuidados com receio que  algo aconteça. Respeito mas claro que ai as queixas caem em saco roto. 
Eu sou uma adepta fervorosa da partilha e o meu rapaz (abençoado) também e garanto que não há nada mais reconfortante! Tira-nos peso de cima e um dá alento ao outro quando o cansaço fala mais alto.
No meu caso não tive dificuldade nenhuma com a cara metade mas o melhor, para que isto aconteça, é integrar o pai em todo processo desde cedo. Nas ecografias o meu rapaz estava presente, no curso de preparação pré parto estava presente, nas consultas estava presente, no parto estava presente e nos dias que estive no hospital também. 
Aliás, o facto da decisão do hospital em que o Francisco nasceu ser privado deu-se essencialmente pela possibilidade do pai poder estar 100% presente. Houve quem à minha volta considerasse um exagero, houve quem dissesse que dois dias passavam num instante e que nem os iria sentir mas quando meto na cabeça que algo é o melhor, dificilmente volto atrás. E assim foi! O Manel assistiu ao parto como queria e pode dormir no meu quarto enquanto estive no hospital e isso fez TODA a diferença, tal como imaginava! Fez toda a diferença porque as cólicas, as dores, o choro, etc, etc, não acontecem com hora marcada, ou seja, não acontecem propositadamente na hora de visita quando o pai vai ao hospital dar um beijo e oferecer flores. 
Ao fim de um dia no hospital o Manel diz-me "parece que estou aqui há uma semana" (e rimos, sim porque rir continua a ser sempre o melhor remédio) tal era a intensidade e a velocidade com que tudo acontecia. Ele estar ao nosso lado (meu e do Francisco) fez com que tivesse a noção clara das "dificuldades" que nos esperavam em casa. Ali há distância de um click tínhamos uma enfermeira à disposição para resolver e sobretudo ensinar. Assim, tanto eu como o meu rapaz aprendemos as mesmas coisas: a dar massagens para atenuar as cólicas, a dar banho, a tratar do cordão umbilical, a acalmá-lo, etc, etc... No último dia diz-me o meu rapaz "foi muito bom estar aqui, tive direito a um curso intensivo."
E é esse "curso" que faz milagres cá em casa agora. Se eu me imagino a chegar a casa do hospital e a dizer-lhe o que ele tinha que fazer para me ajudar, imagino, mas que não seria nem de longe nem de perto a mesma coisa, não seria!

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