quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Casa da Fama

Cada vez que entrava na sala perguntava-lhe.
- Então como estão a correr os ensaios?
- Bem, mas há ali umas coisas a melhorar. 
Outras vezes respondia-me:
 - Sei lá, nem sei bem, gostava de modificar ali algumas coisas, mas não sei se vou a tempo...
Fui percebendo que, à medida que a estreia se aproximava, os nervos aumentavam. Fui percebendo também que aquela insegurança, é a tal, a que surge, a todos os que gostam de ser perfeccionistas e dar o seu melhor. É a tal que acontece aos grandes. É o peso da responsabilidade, do querer fazer bem, que dá intranquilidade, que tira o sono, para pensar como se pode melhorar... 
Na última vez que estive com ele, antes de ver a peça, disse-lhe:
- Tenho a certeza que vai correr bem! Vai mesmo!  Olhou para mim e esboçou um sorriso só meio convencido.
Sem nunca ter assistido a nenhum ensaio achei genuinamente que de uma preocupação tão grande só podia sair algo muito bem feito. E não é que a felina acertou?! 
Aliás, o que é que se podia esperar da ideia de juntar a padeira de Aljubarrota, o poeta Luís de Camões e a princesa Diana na mesma casa? O resultado só podia ser um: gargalhadas atrás de gargalhadas! 
A Casa da Fama é uma comédia que mistura, de forma muito inteligente, figuras históricas com um texto contemporâneo e fresco. Neste reality show os três concorrentes finalistas não podiam ser mais hilariantes. A princesa realmente loira, a padeira violenta e machona, e o poeta com a cabeça na lua dançam, cantam e encantam numa sátira bem disposta aos dias de hoje.


Ana Brito e Cunha, Mané Ribeiro e João Baião são os culpados por nos fazerem rir a bandeiras despregadasPor isso, vale mesmo a pena sair do sofá e ir até ao Teatro Armando Cortez.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta mulher não é só uma felina na cidade é também uma grande felina na blogosfera minha querida Fátima, sigam o conselho dela e venham ao Teatro à Casa do Artista, beijinhos J.B.