segunda-feira, 25 de julho de 2011

Noruega...

Continua a ser difícil escolher as palavras para exprimir o que sinto quando vejo as noticias vindas da Noruega. A vulnerabilidade de inocentes nas mãos de uma mente perturbada e monstruosa que mata, indescriminadamente, sem culpa. Uma pessoa fica a pensar no desespero que deve ter sido aquela hora e meia. No desespero da fuga. No que devem estar a sentir familiares e amigos...
Sempre me repugnou a falta de respeito pela diferença de raça, ideologia, credo, cultura, nacionalidade ou orientação sexual. Sempre me custou compreender o que passa pela cabeça de uma mente que se julga superior a outra, porque é de uma cor diferente, acredita noutro Deus, tem outra ideologia política ou é de um outro país, por exemplo. 
Sempre me custou a vulnerabilidade da vida, o pensar que de um momento para o outro, uma vida desaparece, sem pré-aviso. Uma vida que faz falta. E pensamos sempre que acontece aos outros. Como se fossemos diferentes, sem saber porquê. A verdade é um cliché - pode acontecer a qualquer um, em qualquer lugar - e provavelmente no menos previsível. 
Sem precisar de ver noticias destas, dou por mim várias vezes a pensar "e se acontecesse algo á minha mãe, e se o Manel de repente desaparecesse, e se atendo o telefone e tenho a noticia que a minha avó partiu". Estes pensamentos assolam-me demasiadas vezes. Depois vão-se embora, obrigados, claro (porque isto de fazer terapia também ajuda, e muito)! Porque afinal o cérebro tem muito espaço e deve ser ocupado com outro tipo de coisas, bem mais produtivas e benéficas.
Mas hoje, logo pela manhã, no cabeleireiro dizia-me a minha querida Ana, que trata de mim há já alguns anos.
- Razão tem o meu sogro que diz, que sorte, sorte é ir escapando.

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