quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Em estado de graça!!!

Há muito que ouvia: "então quando é que pensas ser mãe? Só faltas tu!!!" ou então "não se percebe, tens trabalho, tens o Manel, já tens idade porque é que não avanças para uma gravidez?" ou ainda "se estás à espera que isto melhore para engravidares, esquece, mais vale teres porque o tempo passa e depois arrependeste!" De há uns anos para cá oiço de tudo. Umas vezes em tom de brincadeira, outras mais a sério, a verdade é que quando o tema é bébés, é certinho como o destino que o meu nome está no meio. É o preço a pagar por ter 34 anos (quase a fazer os 35) e ter grande parte das amigas com filhos (graça a Deus ainda tenho algumas sem, mas muito poucas), o que me fazia um ser semelhante a uma ave rara! Os tempos evoluem, as mulheres emancipam-see mas a verdade é que ser mãe continua a principal razão de existência da maioria das mulheres, e se alguma pensar fora da caixa, estranha-se.
Quanto a mim, tenho que dizer que sempre pensei em ser mãe mas nunca pensei foi nisso como uma prioridade. E isso causava estranheza. O meu relógio biológico nunca bateu descompassado, e eu sempre brinquei com isso. Dizia para não se preocuparem porque o do Manel batia por dois!
Quando me inquiriam sobre os porquês eu arranjava desculpas válidas como a realização pessoal, as experiências e viagens ainda por viver, a instabilidade dos recibos verdes, o futuro da RTP... e não mentia, sempre achei que ter um filho seria a maior das minhas responsabilidades, e isso é algo que não se tem de ânimo leve. Mas o destino é pródigo e age quando chega a hora certa (acredito eu porque em dias troikianos ser mãe parece semelhante a uma aventura de trapézio sem rede).
Estava no Sudoeste quando num dos intervalos dos concertos vou com uma grande amiga comer qualquer coisa! Bastou chegar perto das roulotes dos cachorros, hamburguers, kebabs e afins para ficar com um enjoo daqueles, aliás há já uns dias que me sentia enjoada, diferente, mas não tinha dado grande atenção. No Sudoeste a dúvida instalou-se, será?! Quando cheguei a Lisboa o teste de gravidez foi explicito: SIM, estás grávida, chegou a altura! As lágrimas começaram a cair sem contenção. Era um misto de emoções: entre a apreensão, o receio e o sentir-me feliz e abençoada.
Depois vieram as análises, os enjoos, o sono e sobretudo o guardar para mim algo que me apetecia partilhar com o mundo. "É prudente aguardar pela primeira ecografia para dar a notícia", disse-me o médico. Acatei o conselho. Até esta semana. E as reações foram tão maravilhosas, tão reconfortantes, tão queridas e emocionadas que me senti o ser humano mais acarinhado à face da terra. Aliás, nós sentimo-nos porque a partir de hoje é oficial: dentro de mim batem dois corações! :))

Não vi o filme no cinema mas muito em breve preencherá uma noite de cinema a dois cá em casa.




2 comentários:

Gi disse...

Muitos parabéns e, um pequeno comentário: "ah ah ah...o efeito dos festivais :) aqui saiu-se a novidade num FMM"

Paulo Cezar Sequeira disse...

PARABÉNS! <3
Fico muito feliz por ti!
Beijinhos

PC