terça-feira, 15 de novembro de 2011

Inquietações

Desde a semana passada que a inquietação tem sido minha companheira por mais que não queira. Pensamentos menos bons ganharam lugar contra a minha vontade, e as lágrimas caíram quase sem esperar. Pensei tantas vezes em como adorava controlar os pensamentos, levá-los para onde me desse jeito. Mas não, os sacanas estavam ali para incomodar... E eu a fazer-lhes frente, e eu a tentar ignorá-los, e eu a tentar não ser irracional, e pronto, quando o copo enchia, era inevitável a lágrima. E pensava não posso é chorar à frente dela porque, se ela nota a minha tristeza e a minha insegurança, sente-se pior e isso é que não pode ser. O que me controlava, meu Deus! E isto tudo porquê? Porque mamãe felina há muito que tinha que ser operada, pôr uma prótese no joelho, pois a mobilidade dela corria riscos, e as dores já eram mais que muitas. E pronto, o dia foi hoje. E a cirurgia correu bem. Agora vêm ai alguns dias de dores, semanas de fisioterapia, mas é o caminho necessário. Porquê tanto receio, perguntam vocês? Porque quando se perde um pai de um momento para o outro, de ataque cardíaco, passa a ser real o facto de tudo poder acontecer. Inesperadamente, sobretudo. Desvanece-se a questão de que acontece só aos outros, de que os pais são imortais e que a vida é sempre justa.
Já se sabe que sofrer por antecedência não resolve nada, nada mesmo. Já se sabe que por mais que a vida já tenha pregado partidas, há que aprender e crescer com elas, já se sabe que não se pode deixar que o medo nos paralise e não nos deixe viver. Tudo isto eu já aprendi. Mas também que revejo no ditado popular que "quem não se sente não é filho de boa gente". E neste capítulo sou muito abençoada.
Depois de uma semana de inquietações, a verdade é que tenho mais um aniversário à porta, e fica a promessa que vou ser mais assídua na escrita do que tenho sido nos últimos tempos...

Sem comentários: