domingo, 30 de janeiro de 2011

Ilha do Bornéu, o próximo destino da Carolina

Recebi um telefonema quando menos esperava da Carolina que do outro lado me disse "amiga, estou em Lisboa!" Algo que se tornou típico e de certa forma cómico, nunca sei bem em que parte do mundo ela anda e quando menos espero, está perto! Combinamos um encontro para o dia a seguir numa relaxante casa de chá. E claro que as horas voaram...
Fico sempre maravilhada a ouvi-la, contou-me que em Moçambique não gostou particularmente de viver em Maputo mas amou Inhambane, uma província a sul com praias e gentes maravilhosas. Contou-me que as relações humanas nas missões nem sempre são fáceis e por isso é difícil criar raízes. Na verdade, a Carolina não se revia na maioria das pessoas com que tinha que lidar na capital moçambicana - os seus colegas de "missão" e a elite local, por assim dizer.  
Carolina em Moçambique

"África é crua, estás a comer e tens uma dezena de miúdos a olhar para ti. Tens que ter estômago para os mandares embora e dizer-lhes para voltarem no fim, se não a comida não te passa da boca. Além disso, a maior parte dos projectos de desenvolvimento e cooperação não o são na realidade, as ONG`s, e não só, enviam pessoas a ganhar pequenas fortunas, com direito a casas óptimas e colégios para os filhos que na realidade se estão a borrifar por melhorar grande coisa ali. Sentem que estão de passagem, e querem é viver bem. Como não estão lá muito tempo, também não são grandemente responsabilizados e a coisa vai andando assim, há de tudo, mas há sobretudo muita gente superficial que na realidade pouco ou nada faz pelo desenvolvimento real". E parece que África está cheia de gente assim....
A Carolina fala sete línguas, estudou em Nápoles e em Paris, e teve uma breve passagem pelo jornalismo com o qual se desiludiu e decidiu ingressar numa ONG inglesa e viajar pelo mundo. Quanto ganha? Um ordenado que pouco mais passa dos 200 euros, mas claro que tem casa comida e roupa lavada. Já tinha falado dela aqui porque a admiro imenso. Imenso mesmo. Admiro a capacidade com que sai da sua zona de conforto e parte sozinha para um lugar novo. Pergunto-lhe, como consegues? Disse-me "há três coisas essenciais para manter a minha sanidade mental: uma casa razoável para sentir que tenho um espaço realmente meu onde possa estar completamente à vontade; cozinhar porque faz-me sentir que estou a tomar conta de mim e a terceira e provavelmente a mais difícil, é sentir que se me acontecer algo, alguém perto vai notar a minha falta".
Chegada de Moçambique onde viveu muitas experiências e paixões, está de partida para a Ilha do Bornéu na Ásia.
A ilha é dividida em três partes. Uma parte pertence à Indonésia, outra ao Brunei e outra à Malásia. E é para esta última que a Carolina vai. Desta vez não pela ONG inglesa, mas porque o British Council a quis contratar para dar formação a professores. Está de partida e eu espero que ela tenha uma excelente casa, cozinhe muito e faça amigos verdadeiros. Porque merece tudo isto e muito mais a minha amiga Carolina.

2 comentários:

Anónimo disse...

vc podia nos dar mais informações é pra um trabalho escolar

Felina na Cidade disse...

É difícil dar informações a uma leitora anónima.