quinta-feira, 29 de março de 2012

Eu costumo dizer que  há um batalhão de gente anónima por esse país fora a fazer coisas maravilhosas. Gente que contraria as adversidades, que vai atrás dos sonhos, que faz pelo país. Pessoas proativas, solidárias e empreendedoras, pessoas que não baixam os braços e fazem o que a maior parte acha difícil ou impossível. Há desta excelente espécie por todo o lado, apesar dos noticiários fazerem, muitas vezes, crer o contrário.
Digo isto porque tenho a felicidade de me pagarem para os descobrir, de os entrevistar, de saber as suas motivações e conhecer as suas histórias. É isso que faço. Entrevisto e escrevo sobre pessoas que contrariam as dificuldades dos tempos que correm para depois irem contar a sua história à televisão. 
Hoje conheci pessoalmente o Francisco Gomes Lopes, um homem castiço que vive em Alfama e que não pára. Tem 55 anos e uma força de viver e de querer fazer coisas incríveis. É um autodidata por natureza. Já pintou mais de 50 quadros sem nunca ter aulas de pintura (e acreditem que pinta maravilhosamente),  toca vários instrumentos ( sempre que pode vai animar um lar de idosos), faz artigos únicos com pedras e fósforos. E é um homem atento ao que o rodeia e muito solidário. Há sensivelmente dois anos decidiu que não era tarde para aprender mais, e  inscreveu-se nas novas oportunidades para terminar o 12º ano. "E foi um dos melhores alunos", disse-me a orientadora. "Daqueles que fazem mais do que lhes é pedido e que nunca se cansa de escrever." Foi precisamente por ver esse gosto na autobiografia que o processo de RVCC exigia, que lhe disse "aqui há um limite de páginas mas num livro não. Porque é que não escreve um livro?!" A ideia pareceu estranha a Francisco mas também nunca mais lhe saiu da cabeça. Em dois anos, não escreveu um mas seis! Seis livros! O primeiro acabou de ser editado - Amor: Maldição ou Perdição - pela Chiado Editora que o aceitou de imediato. 
Francisco é um homem humilde e simples que nunca pensou em ser escritor (apesar de sempre ter gostado de escrever) mas também nunca virou costas a um desafio. E como não se move por dinheiro, os direitos de autor revertem a favor de Henrique Venda, um jovem de 27 anos que ao representar Portugal numa prova de motocross em Marselha foi atingido, acidentalmente, por um colega que lhe caiu com a moto em cima e ficou tetraplégico. 
Para saber mais sobre o Henrique é clicar aqui e para conhecer um pouco do livro do Francisco é ver esta página da Chiado Editora. 

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