terça-feira, 13 de março de 2012

Imagine

Vim a guiar para casa com as palavras dele a repetirem-se na minha cabeça. "Os meninos pobres não têm casa, não é? E as casas são importantes, não são?" Diz-me notoriamente triste T. com três anos, antes de adormecer, na instituição de solidariedade em que estava. Apanhada de surpresa, penso uns segundos e respondo: "não, as casas não são assim tão importantes. Importante é teres amigos, que podes abraçar, beijar, brincar. Isso sim é importante. Uma casa não te abraça pois não?" Não, responde-me. "E só para que saibas eu gosto muito de ti e para mim és importante, percebes?" Sim.
O mundo seria muito melhor se houvesse pais sem coragem de abandonar os filhos nos hospitais. 

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