O carvalho e o ciprestre e o Convento de Sandelgas

Este ano só tinha ido a um casamento, de uma grande amiga, no dia de Santo António. Ontem foi a vez de se casar um primo do Manel, em Coimbra. E lá fomos nós dois... A1 a cima.

E fui surpreendida por duas coisas, a missa (que normalmente é uma parte chata e para a qual raramente tenho paciência, apesar de ter sido baptizada, crismada, etc, etc) que foi dita por um padre arejado, cheio de energia positiva, sempre sorridente e pasmem-se não era propriamente novo de idade, mas era-o com certeza de espírito. Nada do habitual tomem lá um discurso decorado, já são marido e mulher, e vão lá almoçar, que o pessoal está cheio de fome. 

Falou do conceito de liberdade que rima com felicidade, e do facto de muitos casais serem "abafadores" da personalidade um do outro. Na verdade, o casal deve ser unido, mas cada um deve manter a sua individualidade, que é o que nos torna únicos. Respeitar a individualidade e dar liberdade ao outro é realmente amá-lo. Obrigar o outro a ser como queremos, é egoísmo. Digo eu, que adoro ser livre, ser eu própria, e adoro que o Manel compreenda isso, mesmo quando é difícil.

"O carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro", disse o padre, "crescem lado a lado porque se tiverem demasiado colados, fazem sombra, e não crescem". Impossível, a felina concordar mais.

Depois deste discurso que me encheu a alma fui dar gozo ao corpo, que se deliciou com inúmeras iguarias, no Convento de Sandelgas, que não conhecia nem nunca tinha ouvido falar. Foi a minha segunda surpresa. É um local lindo, cheio de árvores centenárias, pequenos jardins bem cuidados e um lago com patos. Amei.