domingo, 5 de setembro de 2010

O dia 3 em Sagres, as ostras francesas que afinal são portuguesas e o veredicto da Casa Pia

Estava difícil decidir, mas decidi e fui com a equipa de exteriores para Sagres na 5º feira. Afinal era o último dia de uma maratona que tinha começado à quase dois meses. Tem sido um Verão a mostrar as  maravilhas do país e para o último programa ficou a Ponta de Sagres.
Já a sul, depois de uma  bela sopa de peixe e um bife de atum à algarvia, seguiu-se  uma noite de tertúlia com o padrinho da maravilha, Luís Represas. Um bom conversador e contador de histórias que me contou que há 35 anos Sagres não era nada do que é hoje... (e hoje ainda representa o Algarve não massificado, felizmente, portanto imagine-se), como foi o início dos Trovante, que se deu ali em 1976, e como a beleza e a simplicidade do local sempre foram inspiradoras!
Entretanto de Sagres, o que mais me surpreendeu durante a pesquisa foi a história das ostras! As outras francesas que afinal são portuguesas. A meio da conversa expliquei que o mar de Sagres tem uma qualidade e uma biodiversidade tal, que além de ter várias espécies, empresas francesas descobriram que o mar ali é um must para o crescimento de ostras, vêm as ostras bébés de França com 1 gr,  e ficam em redes no mar de Sagres, durante nove meses, e voltam para França com 40 gr!!!!  Parece que engordam mais nove meses em Sagres do que no mar da Bretanha em ano e meio, disse-me o responsável francês de uma das empresas. Ou seja a ostra nasce em mar francês e morre nos pratos parienses, mas a qualidade é portuguesa!
De repente diz-me o Luís, "se isto te surpreendeu, deixa-me que te diga que os franceses só têm ostras porque um navio português cheio delas naufragou na Bretanha há uns séculos atrás e ali fizeram criação, porque aquele tipo de águas não é para elas". Mais surpreendida fiquei, realmente. As ostras que, por acaso adoro, por muitos pensadas como um produto francês de excelência, são mesmo portuguesas!
Mas eu andava"nervosa" com dia 3, não só por ser o último programa "maravilhoso", mas também porque significava o fim de uma outra maratona, o processo Casa Pia.
O programa parou, alguma vezes, em directo, para a informação para se ouvir o que se estava a passar em Lisboa. A meio da tarde saiu o veredicto e em Sagres o público aplaudiu e eu fiquei emocionada! Os Valentins Loureiros e o senhores Pintos da Costa da vida conseguem ir a julgamento e saírem incólumes, isto faz com que o povo assista e desista de acreditar numa justiça, que muitas vezes é mesmo cega! 
O colectivo de juízes liderado pela magistrada Ana Peres parece que fez acreditar que quando há provas há punições! O povo gostou e aplaudiu, tal como eu. Só tenho pena e não compreendo porque é que a pena não começa imediatamente a ser cumprida no dia em que é lida a sentença. 
O caso não acaba aqui, mas a lição de que vale a pena acreditar ganha, a meu ver, um novo conceito a nível nacional. 

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